Comunicaciones orales

https://doi.org/10.37527/2023.73.S1

O91 FREQUÊNCIA DO CONSUMO DE PLANTAS ALIMENTÍCIAS NÃO CONVENCIONAIS DE ACORDO COM AS CARACTERÍSTICAS SOCIODEMOGRÁFICAS NO BRASIL

Sra, Maria Eliza De Mattos Tobler Mastrangelo1, Sra Andreia Andrade Silva1, Sra Marianna Almeida Cunha de Azeredo Santos1, Dra. Marina Campos Araujo2, Dra Maria Beatriz Trindade de Castro1

1Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio De Janeiro, Brasil, 2Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca. Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, Brasil.



Introdução: As plantas alimentícias não convencionais (PANC) são espécies de plantas pouco conhecidas e utilizadas na alimentação, ou partes comestíveis de plantas tradicionais não usualmente consumidas. A denominação de uma planta como PANC está ligada à cultura, regionalidade brasileira, e a alimentação das populações tradicionais. Existem 30.000 espécies de plantas comestíveis, no entanto existe hoje uma baixa diversidade de plantas na alimentação que repercute em dietas de baixo valor nutricional. Objetivo: Analisar a frequência do consumo de PANC de acordo com características sociodemográficas no Brasil. Método: Estudo transversal realizado a partir das informações obtidas no primeiro dia do recordatório de 24 horas da Pesquisa de Orçamentos Familiares de 2017-2018. A validação dupla para a identificação e classificação das PANC foi realizada no pacote Excel a partir das partes das plantas [raiz, caule (rizoma, bulbo ou tubérculo) ou pseudocaule; folha ou flor; fruto; ou grão e semente]. As frequências do consumo das PANC e os intervalos de confiança de 95% foram estimados de acordo com macrorregiões do Brasil, situação de domicílio, faixa etária, sexo, renda e escolaridade. Todas ases estimativas foram calculadas considerando os fatores de expansão e a complexidade da amostra. Resultados: As PANC citadas pelos indivíduos foram batata doce, inhame, banana pacova, feijão de corda, feijão verde, tucumã, fava, cará, jaca, fruta pão, andu, pupunha, castanha da índia, mastruz, caju, carambola, umbu e acerola. A frequência média do consumo de PANC na população foi de 9,3%, sendo que as maiores frequências ocorreram na região Nordeste rural (25,3%) e urbana (20,2%) quando comparadas com as demais regiões brasileiras. A frequência do consumo de PANC foi maior na área rural (16,6% versus 8,1%) quando comparado com a área urbana. As maiores frequências de consumo também foram verificadas entre os indivíduos de menor escolaridade (12,9%), renda per capita <0,5 salário-mínimo (12,8%), e na população idosa (11,5%). Conclusão: Os resultados demonstraram a baixa frequência do consumo de PANC na população e, notou-se que foi mais frequente na região Nordeste, na população rural e entre pessoas idosas e de baixo poder aquisitivo.

Palavras chave: consumo de alimentos, inquéritos sobre dietas, plantas alimentícias.