Comunicaciones - Pósters

https://doi.org/10.37527/2023.73.S1

P254/S4-P64 DESAFIOS DA AGENDA DE ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL PARA GESTÃO LOCAL DE SAÚDE EM MUNICÍPIOS DE PEQUENO PORTE BRASILEIRO

Srta. Gabriela Kimie de Azevedo Kimura1, Srta V. Del Castillo Silva Couto1, Dra. Patricia Jaime1

1Faculdade de Saúde Pública - USP, São Paulo, Brazil.



Introdução: A Promoção da alimentação adequada e saudável é fundamental na Atenção Primária à Saúde (APS), sendo uma das diretrizes da Política Nacional de Alimentação e Nutrição no Brasil. Uma das estratégias para o fortalecimento da agenda de alimentação e nutrição é a implementação do Guia Alimentar para a População Brasileira. A maioria dos municípios brasileiros (88%) é classificada como de pequeno porte populacional (até 50 mil habitantes), justificando a atenção para esse contexto de implementação de políticas de saúde. Objetivos: Avaliar a percepção de especialistas em Nutrição na APS sobre os desafios e oportunidades para implementação do guia alimentar na gestão local de saúde em municípios de pequeno porte. Métodos: Trata-se de um estudo qualitativo, realizado em 26 municípios brasileiros, por meio da análise de 26 diários de campo registrados por especialistas de nutrição que realizaram uma visita a cada município no ano de 2022. O tipo de análise realizada foi a análise temática. Resultados: A análise identificou o tema ‘Organização da atenção em saúde’, que se divide em 4 subtemas: gestão interfederativa; gestão de recursos humanos; educação permanente em saúde; e paradigma de alimentação saudável. Conclusão: A boa relação entre Conselhos de Secretarias Municipais de Saúde (COSEMS) e Gestão da APS foi considerada positiva para a visita. A dificuldade em fixar profissionais de medicina e as tensões entre gestão e profissionais da assistência são desafios que refletem na desmotivação e resistência das equipes às mudanças. Entretanto, muitos profissionais se mostraram dispostos a realizar o curso em formato EAD, pois este se mostrou aplicável à rotina profissional. Destacou-se também, a necessidade de superação do paradigma da nutrição, pois ainda persiste a abordagem baseada no nutricionismo, pirâmide alimentar e responsabilização do indivíduo. A falta de planejamento em Educação Permanente em Saúde é desvelada pela sua ausência nos registros, assim como a baixa aplicabilidade dos marcadores de consumo alimentar. Por fim, o reconhecimento dos territórios pelas especialistas se mostrou fundamental para pensar estratégias de implementação do Guia Alimentar.

Palavras chave: atenção primária à saúde, guia alimentar para população brasileira, qualificação profissional em saúde, políticas públicas.