https://doi.org/10.37527/2023.73.S1
1Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, Brazil, 2Prefeitura Municipal de Belo Horizonte, Belo Horizonte, Brasil.
Introdução: A avaliação antropométrica do estado nutricional dos escolares é um instrumento essencial para verificar e monitorar as condições de saúde dessa população e assim identificar possíveis desvios nutricionais como a desnutrição e a obesidade. Ademais, esta avaliação constitui um importante indicador de monitoramento e de avaliação do PNAE, que tem por objetivo contribuir para o crescimento e o desenvolvimento biopsicossocial, a aprendizagem, o rendimento escolar e a formação de práticas alimentares saudáveis dos alunos, por meio de ações de educação alimentar e nutricional e da oferta de refeições que cubram as suas necessidades nutricionais durante o período letivo. Durante a pandemia da Covid-19, com as aulas presenciais suspensas, esse público foi privado da operacionalização do PNAE. No cenário deste estudo, apesar das aulas suspensas, os escolares receberam (em 2020) cestas contendo alimentos semi-perecíveis e perecíveis. Objetivo: Comparar o estado nutricional de escolares da rede pública municipal de ensino fundamental de uma capital brasileira no período pré e após um ano de Pandemia. Métodos: Os dados antropométricos de 21.978 e 22.279 estudantes referentes aos anos de 2019 e 2021, respectivamente, foram obtidos pelo Sistema Único de Saúde e analisados pelo Teste qui-quadrado com correção de Bonferroni, com nível de significância valor-p<0,125; e pelo Teste qui-quadrado, com nível de significância valor-p<0,001. Resultados: Entre 2019 e 2021, houve redução de estudantes com obesidade (16,2% para 13,4%) e aumento de estudantes com sobrepeso (18% para 21%). Houve maior prevalência de sobrepeso entre meninas (18,6% contra 17,5%) e maior obesidade entre meninos (17,8% contra 14,6%) e considerando a idade, mais que dobrou a prevalência de obesidade entre crianças com 6 anos ou mais comparado a estudantes de 3 a 5 anos. (26,5% contra 10,3%). Conclusões: Considerando a população avaliada, o período da pandemia contribuiu para aumento de sobrepeso e redução de obesidade. Na comparação por gênero, houve prevalência de sobrepeso entre meninas e de obesidade entre meninos e, em relação à idade, a prevalência de obesidade foi maior entre escolares de 6 ou anos ou mais quando comparado a estudantes de 3 a 5 anos.
Palavras chave: avaliação antropométrica, estado nutricional; alimentação escolar; COVID-19.