https://doi.org/10.37527/2023.73.S1
1Universidade De São Paulo, São Paulo, Brazil, 2Universidade Federal do Acre, Rio Branco, Brazil.
Introdução: A COVID-19 impactou a garantia de uma alimentação adequada e saudável, inclusive entre universitários, que parecem constituir um grupo suscetível à insegurança alimentar (IA). Objetivo: Verificar a associação entre IA e o consumo alimentar em universitários durante a pandemia de COVID-19. Métodos: Foi realizado um estudo transversal com 5407 estudantes de instituições de ensino superior de todas as regiões do Brasil. Os dados foram coletados entre agosto/2020 e fevereiro/2021 por um questionário on-line. O consumo alimentar foi avaliado pelos marcadores do VIGITEL. As categorias de resposta foram: “nunca”, “quase nunca”, “1-2 dias”, “3-4 dias”, “5-6 dias” e “todos os dias”. Os níveis de IA foram classificados pela Escala Brasileira de Insegurança Alimentar em Segurança Alimentar (SA) e IA leve, moderada e grave. A associação entre IA e marcadores de consumo foi avaliada por meio de regressão logística (software R, versão 4.2.1). Resultados: Para a IA grave, a maior proporção do consumo de verduras e legumes, feijão e carnes foi de 1-2 dias/semana. Para frutas, a maior frequência foi “quase nunca”. Para ovos e frango, 3-4 dias/ semana. Na amostra em SA, verificou-se frequência superior a 3 dias/semana para a maioria dos grupos, com exceção de frango e ovos. A regressão logística indicou maior chance de baixo consumo de feijão (OR: 1,81; p<0,001) entre aqueles em IA grave; maiores chances de baixo consumo de verduras e legumes (OR: 4,76), frutas (OR: 3,99), lácteos (OR: 3,98) e carnes (OR: 3,41) quanto maior o grau de IA, com p<0001; maior chance de alto consumo de frango entre aqueles em IA leve (OR: 1,14; p<0,001); e maiores chances de alto consumo de ovos quanto maior o grau de IA (OR: 1,29 - 2,04; p<0,001). Conclusão: Quanto mais grave o nível de IA, menor a frequência do consumo de alimentos saudáveis. O consumo aumentado de frango e ovos nos níveis mais graves de IA pode ser justificado pela substituição de carne vermelha.
Palabra chave: segurança alimentar, consumo alimentar, COVID-19.