https://doi.org/10.37527/2023.73.S1
1Universidade Federal Do Espírito Santo, Vitória, Brazil.
Introdução: A amamentação é comprovadamente benéfica para a saúde da criança, tanto a curto quanto a longo prazo. Quando comparadas, a alimentação por fórmula tem benefícios semelhantes à amamentação, porém esta vem sendo associada à redução de taxas de hipertensão, resistência à insulina e síndrome metabólica em estágios mais avançados da vida. Os níveis de colesterol na corrente sanguínea são preditores de doenças cardiovasculares, é desejado que os níveis de colesterol total (CT) estejam abaixo de 150 mg/dL e LDL-Colesterol abaixo de 100 mg/dL. Mesmo parecendo controverso, o leite materno possui maior quantidade de colesterol quando comparado às fórmulas, o que aparenta regular a produção de colesterol endógena através de feedback negativo na produção hepática da hidroximetilglutaril coenzima A. Objetivo: Verificar a influência da amamentação nos níveis de colesterol em estágios mais avançados da infância. Métodos: Os dados provêm da primeira onda de um ensaio comunitário com crianças de 7 a 10 anos, realizado em quatro municípios situados na região metropolitana do Espírito Santo: Vitória, Vila Velha, Serra e Cariacica. A coleta dos dados bioquímicos foi realizada nas unidades de saúde de referência dos participantes e as informações sobre amamentação foram obtidas por questionário aplicado no responsável pela criança. A amostra final foi composta por 290 crianças. Resultados: O grupo que não foi amamentado obteve médias de CT de 204,21 mg/dL e LDL de 115,8, sendo ambos valores acima da referência, de acordo com a V Diretriz Brasileira de Dislipidemias e Prevenção da Aterosclerose. Já para o grupo que foi amamentado, foi vista uma média de CT de 140,36 mg/ dL e 93,62 de LDL. Houve diferença estatística nos parâmetros apresentados quando comparados os grupos amamentados e alimentados por fórmula (p=0,001). Conclusão: As crianças que não foram amamentadas apresentaram valores de CT e LDL acima do recomendado, colaborando com os achados da literatura acerca dos benefícios exclusivos da amamentação na saúde, sendo um fator protetor a diversas comorbidades a serem desenvolvidas no futuro.
Palavras chave: dislipidemia, amamentação, saúde da criança.