https://doi.org/10.37527/2023.73.S1
1Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, Brazil, 2Ministério da Saúde, Brasília, Brazil.
Introdução: A obesidade infantil permanece sendo um dos maiores desafios para os sistemas de saúde de diversos países, e entre os fatores condicionantes, destaca-se o consumo excessivo de alimentos ultraprocessados. Objetivo: Descrever o consumo de alimentos ultraprocessados antes e durante o período de férias escolares entre crianças com obesidade atendidas na atenção primária à saúde de uma cidade brasileira de grande porte. Métodos: Foram avaliados dados sobre o consumo de alimentos ultraprocessados (AUP) entre 39 crianças de 6 a 10 anos atendidas na atenção primária à saúde da cidade de Betim, Minas Gerais, Brasil, participantes do ensaio clínico randomizado intitulado “Manejo da obesidade infantil no contexto da atenção primária à saúde: uma abordagem baseada na intervenção intensiva de múltiplos componentes”. Foi considerado o consumo de alimentos ultraprocessados no dia anterior, quantificado por meio do questionário de consumo de alimentos ultraprocessados. As análises foram estratificadas entre o grupo controle e intervenção. Os dados de consumo foram avaliados em dois momentos: outubro e novembro de 2022 (período escolar), antes de iniciar as intervenções, e dezembro de 2022 e janeiro de 2023 (período de férias escolares), após as intervenções. Resultados: No período escolar, 47,4% das crianças do grupo controle e 85% das crianças do grupo intervenção consumiram quatro ou mais tipos de AUP no dia anterior. No período de férias escolares, 68,4% das crianças do grupo controle e 45% das crianças do grupo intervenção consumiram 4 ou mais tipos de AUP no dia anterior. Os alimentos mais consumidos no período escolar foram os refrigerantes, sucos industrializados e embutidos. No período de férias escolares, foram os doces, embutidos e bebidas lácteas ultraprocessadas. Conclusão: Durante os meses de férias escolares verificou- se um aumento do consumo de AUP no grupo controle que não participaram da intervenção focada na redução do consumo desses alimentos.
Palavras chave: alimentos ultraprocessados, crianças, consumo alimentar.