https://doi.org/10.37527/2023.73.S1
1Secretaria Municipal De Educação De São Paulo (SME-SP), São Paulo, Brazil, 2Universidade Federal da Bahia (UFBA), Salvador, Brazil.
Introdução: O Brasil assumiu o compromisso com a redução do desperdício de alimentos para cumprir a meta dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas. O Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) é estratégico nesse contexto e estabeleceu a sustentabilidade como diretriz de suas ações. No município de São Paulo esse programa é gerenciado pela Secretaria Municipal de Educação (SME-SP) e atende diariamente cerca de 1 milhão de estudantes em 3.777 escolas, distribuindo mais de 2 milhões de refeições diárias. Objetivo: Avaliar o desperdício de alimentos oferecidos aos alunos matriculados em Escolas Municipais de Ensino Fundamental (EMEFs) do município de São Paulo. Métodos: Trata-se de estudo transversal, exploratório e de caráter qualiquantitativo. Quatro EMEFs foram selecionadas conforme critérios de representatividade das quatro regiões do município (Zonas Sul, Norte, Leste e Oeste) e modalidade de gestão do Programa de Alimentação Escolar. O desperdício de alimentos foi mensurado durante quatro dias da semana, entre março e abril de 2022. A produção total de refeições, as sobras das panelas e os restos dos pratos foram pesados com balanças digitais calibradas. Alunos de 11 a 14 anos, que se alimentaram nas escolas, foram convidados para responder questionário estruturado, bem como participar de grupos focais e testes de aceitabilidade dos cardápios. Resultados: A prevalência média de desperdício de alimentos, calculada pelo resto-ingesta individual, foi de 62,3%. O peso do restoingesta variou de 0 a 540g e a mediana de desperdício foi de 30g. As preparações do prato principal (carnes e ovos) foram as menos desperdiçadas (28,2%), enquanto o arroz foi o alimento mais desperdiçado (67,3%). Os alunos reconheceram a existência do desperdício de alimentos na escola e atribuíram como principais determinantes a quantidade de comida distribuída, a impossibilidade da escolha com o prato pronto e outros aspectos organizacionais (tempo e horário das refeições). Conclusões: Estudos como esse possibilitam subsidiar a tomada de decisão e o planejamento do PNAE.
Palavras chave: alimentação escolar, alimentação saudável, desperdício de alimentos, desenvolvimento sustentável.