https://doi.org/10.37527/2023.73.S1
1Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, Brazil, 2Universidade Federal de Ouro Preto, Ouro Preto, Brazil, 3Universidade Federal da Grande Dourados, Dourados, Brazil.
Introdução: As crises sanitárias comprometem a oferta e a demanda de alimentos, reduzindo o poder de compra e a capacidade de produzir e distribuir alimentos, afetando especialmente populações mais vulneráveis. Para mitigar a pandemia da Covid-19, algumas medidas restritivas foram implementadas visando diminuir a circulação e aglomeração das pessoas e consequente propagação do vírus; o que ocasionou o fechamento ou a restrição do acesso físico aos estabelecimentos considerados não essenciais, em que estão incluídos alguns estabelecimentos de venda de alimentos, principalmente aqueles que comercializam alimentos para o consumo imediato como restaurantes, lanchonetes e bares. Objetivo: Descrever a frequência e o impacto de medidas restritivas adotadas no primeiro ano da pandemia de Covid-19 sobre o ambiente alimentar de varejo na região metropolitana de Belo Horizonte, Brasil. Métodos: Tratase de estudo descritivo realizado no ano de 2020, em Belo Horizonte, Betim e Contagem. As cidades estão localizadas na região sudeste do Brasil. O impacto foi avaliado por meio do registro de fechamento dos estabelecimentos que comercializam alimentos. Os dados dos estabelecimentos foram obtidos junto a Secretaria Estadual da Fazenda de Minas Gerais. As informações sobre medidas restritivas foram obtidas a partir de decretos disponíveis nos portais oficiais das prefeituras e foram agrupados nas categorias: (1) fechamento de estabelecimentos, (2) reabertura dos estabelecimentos, (3) abertura e (4) questões tributarias. Resultados: Ao todo foram implementadas 39 medidas, sendo 16 em Belo Horizonte, 11 em Betim e 12 em Contagem. Sendo que 41,03% (n=16) das medidas restritivas tinha por objetivo decretar o fechamento dos estabelecimentos. A cidade que mais implementou esse tipo de medida foi Betim (n=8). Em todas as cidades, os decretos influenciaram significativamente o fechamento dos restaurantes, lanchonetes, padarias e bares. Proporcionalmente o número de fechamento em Belo Horizonte foi superior as demais cidades (11,63%), seguido de Contagem (10,74%) e Betim (9,38%). Conclusão: As medidas de contenção da pandemia de COVID-19 promoveram o fechamento de estabelecimentos que comercializam alimentos, sendo que aqueles que comercializam alimentos para consumo imediato foram os mais impactados. Recomenda-se acompanhamento de longo prazo para avaliar se ocorrerá remodelação do ambiente alimentar.
Palavras chave: ambiente alimentar, comércio varejista de alimentos; COVID-19.