https://doi.org/10.37527/2023.73.S1
1Universidade de São Paulo (USP), Ribeirão Preto, Brazil, 2Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Governador Valadares, Brazil, 3Universidade de Ribeirão Preto (UNAERP), Ribeirão Preto, Brazil.
Contexto e objetivo: A dismorfia muscular (DM) é caracterizada pela busca patológica da muscularidade. Um fator que pode estar relacionado à DM é a massa corporal, pois indivíduos em todo o espectro de peso podem tentar alcançar o corpo musculoso ideal. A literatura já demonstrou em populações heterossexuais que tanto um Índice de Massa Corporal (IMC) alto quanto baixo podem ser relevantes para a sintomatologia da DM. Isso porque, uma vez que esse indicador não é capaz de diferenciar gordura e massa muscular, indivíduos com baixo IMC podem desejar um aumento de tamanho pensando em massa muscular, enquanto os com alto IMC estão mais sujeitos a insatisfações corporais, por vezes relacionadas ao excesso de gordura corporal. Todavia, há uma escassez de literatura sobre DM em minorias, como as sexuais. Assim, o presente estudo objetivou correlacionar o IMC com sintomas de dismorfia muscular em homens e mulheres cisgêneros homossexuais e bissexuais. Métodos: Participaram do estudo 477 indivíduos (201 homens e 255 mulheres) cisgêneros, homossexuais ou bissexuais, com idade entre 18 e 50 anos. A coleta aconteceu online via plataforma REDCap e os participantes responderam um questionário sociodemográfico, com peso e altura autorrelatados, e o Muscle Dysmorphic Disorder Inventory (MDDI). Foi realizado um teste de Correlação de Spearman para avaliar a correlação entre o IMC e a pontuação do MDDI com nível de significância p < 0,05. Resultados: A Correlação de Spearman entre as mulheres apresentou significância estatística, mas fraca e negativa (ρ = -0,177, p = 0,004), enquanto entre os homens não houve significância na correlação (ρ = - 0,040, p = 0,563). Conclusão: A literatura, em geral, aponta correlação entre IMC e sintomas de dismorfia muscular em pessoas heterossexuais, porém o presente estudo encontrou uma correlação fraca e apenas para as mulheres, indicando possíveis diferenças nos fatores de risco para esse transtorno em minorias sexuais.
Palavras chave: imagem corporal; lésbica; gay; bissexual; cisgênero.