https://doi.org/10.37527/2023.73.S1
1Universidade De São Paulo, São Paulo, Brazil, 2Universidade Federal do Acre, Rio Branco, Brazil.
Introdução: A pandemia de COVID-19 gerou impactos na sociedade e revelou modificações no consumo de alimentos saudáveis nas populações mais vulneráveis e expostas à crise sanitária, como os universitários. Objetivo: Avaliar o consumo alimentar de universitários brasileiros durante o período de maior isolamento social em função da pandemia de COVID-19. Métodos: Foi realizado um estudo transversal com 5520 estudantes, graduandos (4872) e pós-graduandos (648), oriundos de instituições de ensino superior de cinco estados (Acre, Mato Grosso, Paraná, Rio Grande do Norte e São Paulo). A coleta de dados foi realizada entre agosto/2020 e fevereiro/2021 por meio de um questionário on-line. O consumo alimentar foi avaliado por grupo de alimentos (feijão, legumes e verduras, frutas, lácteos, carnes, frango e ovos) marcadores de alimentação saudável, utilizados pelo Sistema de Vigilância de Fatores de Risco ou Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (VIGITEL). As categorias de resposta foram: “nunca”, “quase nunca”, “1-2 dias”, “3-4 dias”, “5-6 dias” e “todos os dias”. Os testes t de Student, ANOVA e post hoc de Tukey foram utilizados para verificar a diferença de médias de frequência entre grupos, adotando-se a significância de p<0.05. Os dados foram analisados no software R, versão 4.2.1. Resultados: Os grupos verduras e legumes, lácteos, feijão e frutas apresentaram as maiores médias de consumo, com frequências superiores a 3 vezes/semana. Os grupos carne, frango e ovos tiveram médias inferiores a 3 vezes/semana. Em relação às variáveis sociodemográficas, observou-se maior consumo de feijão entre homens e pessoas mais jovens. O baixo consumo de frutas, verduras e legumes, carne e lácteos foi relacionado com uma menor renda. O estado do Acre apresentou menor consumo de verduras e legumes, frutas e lácteos quando comparado aos demais. Conclusão: Identificou-se relação entre as variáveis sociodemográficas e os marcadores de alimentação saudável, a saber, o sexo e a idade com a frequência do consumo de feijão; renda com a ingestão de verduras e legumes, frutas, carnes e lácteos; e estado de moradia com verduras e legumes, frutas e lácteos.
Palavras chave: alimentação, estudantes universitários brasileiros, COVID-19.