Comunicaciones - Pósters

https://doi.org/10.37527/2023.73.S1

P038/S1-P38 ASSOCIAÇÃO ENTRE COMPRAS NOS SUPERMERCADOS E AQUISIÇÃO DE ALIMENTOS ULTRAPROCESSADOS

Mgtr. Marcos Anderson Lucas Da Silva1,2, Sra. Claudia Cristina Gonçalves Pastorello1,2, Mgtr. Luisa Gazola Lage1,2, Prof. Maria Laura da Costa Louzada1,2

1Faculdade de Saúde Pública - Universidade de São Paulo (FSP/USP), São Paulo, Brazil, 2Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde (NUPENS), São Paulo, Brazil.



Introdução e Objetivo. Os hábitos alimentares da população brasileira mudaram significativamente nas últimas décadas, principalmente pela redução de alimentos tradicionais como feijão e arroz e com o aumento de alimentos ultraprocessados. Um dos determinantes disso são as mudanças nos ambientes alimentares, incluindo os ambientes de compras dos consumidores. Com isso, o objetivo desse trabalho é descrever a tendência temporal da participação dos supermercados no total de compras das famílias brasileiras de 2002 a 2018 e sua associação com o aumento da aquisição de alimentos ultraprocessados no mesmo período. Métodos. Foram utilizados os dados das Pesquisas de Orçamentos Familiares de 2002-2003, 2008-2009 e 2017-2018, que fornecem informações sobre aquisições de alimentos, incluindo locais de compras dos mesmos. Foi analisada a tendência temporal e o coeficiente da participação em supermercados no total das compras, além da associação com a participação de alimentos ultraprocesados no período, no total de gramas adquiridas, por meio de modelos de regressão linear. Resultados. Houve aumento da participação das compras de alimentos em supermercados de 45,35% (IC95% 42,17;48,53) em 2002, 54,93% (IC95% 52,39;57,48) em 2008, para 66,81% (IC95% 64,80;68,83) em 2018. Esse aumento representou 1,49% (IC95% 1,24;1,74) ao ano no período estudado. A contribuição de ultraprocessados para o consumo total de energia subiu de 18,35% (IC95%17,16;19,54) em 2002, 21,46% (IC95% 20,52;22,40) em 2008, para 24,72% (IC95 23,69;25,75) em 2018. O aumento de 1% na participação do supermercado no total de compras dos brasileiros foi associado a um aumento de 0,14% (IC95% 0,11;0,16) na participação dos alimentos ultraprocessados na dieta. Conclusões. A implementação de políticas para a promoção de alimentos saudáveis em supermercados, com base em alimentos in natura ou minimamente processados, além de preços mais baixos e maior variedade desses alimentos, são importantes pontos para a diminuição da aquisição de ultraprocessados e maior disponibilidade de alimentos saudáveis nos domicílios.

Palavras chave: ambiente alimentar; local de compras; supermercado; ultraprocessados.