https://doi.org/10.37527/2021.71.S1
1Universidade Federal De Sergipe, São Cristóvão, Brazil, 2Universidade Tiradentes, Aracaju, Brazil.
Antecedentes e objetivo. Durante a pandemia, evidências sugerem um aumento na incidência de comportamentos alimentares de risco. Esses comportamentos podem provocar um aumento no consumo de ultraprocessados e diminuição do consumo de frutas e vegetais, o que pode acarretar em riscos à saúde. Com isso, o objetivo é evidenciar se há diferença nos comportamentos alimentares segundo o consumo alimentar de ultraprocessados e alimentos protetores.
Métodos. A pesquisa foi realizada via questionário eletrônico. O comportamento alimentar foi avaliado por meio do Three Factor Eating Questionnaire (TFEQ-R21). O consumo alimentar foi avaliado via questionário de frequência alimentar adaptado, foi observado o consumo de frutas, vegetais e ultraprocessados durante o período de isolamento social. Classificou-se como consumo alimentar de risco aqueles com ingestão <5 dias/semana de vegetais ou frutas, assim como quem ingeriu ao menos um alimento ultraprocessado ≥ 5 dias/semana. As comparações foram executadas pelo teste de Mann-Whitney e o nível de significância adotado foi p<0,05. O trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Sergipe sob o parecer nº 4.380.553.
Resultados. Foram avaliados 272 indivíduos, sendo 64,5% do sexo feminino com mediana de idade de 30 anos e 54,9% da amostra classificada como consumo alimentar de risco. Houve diferença significativa entre as pontuações da restrição cognitiva e descontrole alimentar, quando comparados entre os grupos de consumo alimentar. Na restrição cognitiva, o grupo de risco obteve mediana de 44,44 pontos e o grupo sem risco mediana de 52,78 pontos, U=7655,5; p<0,05. O descontrole alimentar obteve mediana de 31,48 pontos no grupo de risco e mediana de 25,93 pontos no grupo sem risco, U=7592,5; p<0,05. A dimensão de alimentação emocional não apresentou diferença significativa.
Conclusão. Indivíduos com consumo alimentar de risco obtiveram maiores escores de descontrole alimentar, já indivíduos com melhor consumo alimentar apresentaram maiores escores de restrição cognitiva.
Palavras chave: comportamento alimentar; consumo alimentar; pandemia.