Comunicaciones e-póster

https://doi.org/10.37527/2021.71.S1

PO 082. DISTORÇÃO DA AUTOPERCEPÇÃO CORPORAL EM MENINAS ADOLESCENTES DE UMA CAPITAL BRASILEIRA

Maria José Laurentina do Nascimento Carvalho1, Nathalia Barbosa De Aquino1, Thalita Milena Araújo Xavier de Amorim1, Poliana Coelho Cabral1, Juliana Souza Oliveira2, Vanessa Sá Leal2, Fernanda Cristina de Lima Pinto Tavares1, Leopoldina Augusta Souza Sequeira-de-Andrade1, Pedro Israel Cabral de Lira1.

1Universidade Federal de Pernambuco, Recife, Brasil, 2Universidade Federal de Pernambuco, Vitória de Santo Antão, Brasil.



Introdução e objetivo. A busca por um perfil corporal ideal, muitas vezes difícil de ser atingido, entre meninas adolescentes, é algo recorrente e consolidado na literatura. Conjectura-se que numa cultura onde a atratividade corporal está ligada à magreza, a procura pelo corpo valorizado socialmente torna-se atitude Sine qua non, a ponto de acarretar distorção da percepção corporal, onde as garotas se sentem acima do peso quando na realidade encontram-se muitas vezes na faixa de normalidade. Preocupações com questões estéticas, nesse público, têm propiciado alterações no comportamento alimentar, estado nutricional, permeando os âmbitos social e psicológico, interferindo na qualidade de vida das jovens. Sendo assim, o objetivo deste trabalho foi investigar a distorção da autopercepção corporal e seus fatores associados em adolescentes do sexo feminino de uma capital brasileira.

Métodos. Trata-se de um estudo transversal com uma amostra de 1.331 escolares do “Estudo de Riscos Cardiovasculares em adolescentes” (Erica). Foram consideradas variáveis antropométricas, demográficas e socioeconômicas.

Resultados. A mediana da idade foi de 15 anos, 34,5% das adolescentes eram pós-púberes e 24,9% apresentavam excesso de peso. Quanto à autopercepção corporal, 54,8% das adolescentes respondeu a esse questionamento e nenhuma relatou autopercepção adequada. Destas, 32% e 68% se percebiam com baixo peso e com peso acima do ideal, respectivamente, apesar de 72% ser eutrófica de acordo com o índice de massa corporal/idade (IMC/I). Após os ajustes pela Regressão de Poisson, as variáveis associadas a distorção da autopercepção corporal foram. idade entre 12 e 14 anos, escolaridade materna > 8 anos, IMC/I de eutrofia e de excesso de peso e estágio pós-púbere de maturação sexual.

Conclusões. Em síntese, houve discordância entre o estado nutricional e a autopercepção corporal na maioria das adolescentes. Uma proporção expressiva se percebia com peso inadequado quando o diagnóstico era de eutrofia. Maior chance de se perceber acima do peso ideal ocorreu em variáveis demográficas e antropométricas. Por outro lado, a taxa de excesso de peso foi significativa entre as adolescentes, sugerindo a necessidade de intervenção na população estudada a fim de reduzir os riscos de agravos à saúde.

: adolescente, percepção de peso, índice de massa corporal.