Comunicaciones orales

https://doi.org/10.37527/2021.71.S1

CO 047. CONSUMO ALIMENTAR NA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA: DA INGESTÃO DE ENERGIA A PREVALÊNCIA DE INADEQUAÇÃO DE MICRONUTRIENTES

Núbia Rafaella Soares Moreira Torres1, Fernanda Lambert de Andrade Freire1, Raquel Costa Silva Dantas-Komatsu1, Francisca Leide Silva Nunes1, Rosiane Viana Zuza Diniz1, Niethia Regina Dantas de Lira1, Severina Carla Vieira Cunha Lima1, Lúcia de Fátima Campos Pedrosa1, Márcia Marília Gomes Dantas Lopes1, Karine Cavalcanti Maurício Sena Evangelista1

1Universidade Federal Do Rio Grande Do Norte, Natal, Brazil.



Histórico e objetivo. o consumo alimentar adequado é fundamental para a manutenção do estado nutricional dos indivíduos com insuficiência cardíaca (IC), minimizando o risco de piores desfechos. Objetivou-se identificar o consumo habitual de energia, macronutrientes e a prevalência de inadequação de micronutrientes em indivíduos com IC.

Métodos. Estudo transversal, com 121 indivíduos atendidos em um ambulatório de referência em Natal/Brasil. Foram incluídos adultos e idosos, diagnosticados com IC pelo sistema de pontos de Boston e critérios de Framingham. Coletou-se dados sociobiodemográficos, clínicos e antropométricos. Avaliou-se o consumo alimentar por meio de três Recordatórios de 24 horas. A estimativa da ingestão habitual da energia e nutrientes foi realizada pela correção da variabilidade intra-individual, utilizando-se o Multiple Source Method. Para a estimativa da prevalência de inadequação dos micronutrientes, calculou-se o percentual de indivíduos com consumo habitual inferior a Estimated Average Requeriment (EAR).

Resultado. A idade média da população foi 56 anos, com predominância do sexo masculino e excesso de peso, conforme índice de massa corporal. A maior parte dos indivíduos apresentou IC de origem isquêmica, fração de ejeção do ventrículo esquerdo reduzida, e classe funcional da New York Heart Association (NYHA) I ou II. Identificou-se elevado percentual de ingestão insuficiente de energia (91,9%), proteínas (77,4%), gorduras totais (63,7%), gorduras monoinsaturadas (100%), gorduras poli-insaturadas (71,8%) e fibra (88,7%), e elevada ingestão de carboidratos (40,3%) e gorduras saturadas (82,3%). Constatou-se uma prevalência de inadequação das vitaminas B1 e D de 100%, e prevalências de inadequação maiores do que 80% para os nutrientes B2, B9, cálcio e magnésio.

Conclusões. Indivíduos com IC apresentaram desequilíbrio na ingestão de energia e macronutrientes, bem como inadequações na ingestão de vitaminas B1, B2, B9, D, E e dos elementos cálcio e magnésio.

Palavras-chave: insuficiência cardíaca, consumo de alimentos, micronutrientes.