1 Universidade São Judas Tadeu, São Paulo, Brazil
Introdução. Uma vez que compreender a ingestão de macronutrientes em idosos é essencial na condução de políticas públicas que visem reduzir o risco de doenças relacionadas com a dieta e com o envelhecimento, o presente estudo teve por objetivo analisar a contribuição relativa de proteínas, lipídios e carboidratos no total de energia da dieta de 4.322 idosos das regiões Brazileiras. Metodologia. Foram utilizados os dados da Pesquisa de Orçamento Familiares-2008/2009 realizada pelo Instituto de Geografia e Estatística (IBGE). As recomendações da Institute of Medicicine (IOM) foram utilizadas para avaliar a participação relativa dos macronutrientes de acordo com a percentagem de energia (PE). Modelos de regressão linear identificaram as diferenças entre PE e a situação do domicílio, macrorregiões e gênero. A avaliação da ingestão habitual foi obtida por dois registros alimentares e o programa IMAPP foi utilizado para avaliar a inadequação da ingestão. Resultados. A ingestão proteica (18,06% ± 0,06) apresentou maior concordância com os valores de referência (99,86%) e o PE de proteína foi menor no gênero feminino. Com relação ao consumo de gordura (26,45% ± 0,08) observou-se que 20% da população ficaram acima da recomendação. Para 5,72% dos idosos a ingestão de carboidratos foi abaixo do recomendado e apresentaram maior PE de gordura (β = 1,99, p<0,05), revelando que 97% dos indivíduos que consumiam carboidrato abaixo do recomendado apresentou consumo excessivo de gordura. Não foram encontradas diferenças no PE de carboidratos e a região Sul (16,87% ± 0,13) apresentou menor PE de proteínas e maior PE proveniente das gorduras foi encontrado na região Centro Oeste (28,32% ± 0,25) e área urbana (26,68% ± 0,09) (p<0,05). Conclusões. O estudo demonstrou maior frequência de inadequação da ingestão de gordura na dieta de idosos no Brazil, o que pode vir a contribuir com o aumentó no risco de desenvolvimento de doenças crônicas.