1 Universidade Federal de Sergipe, Brasil.
O conhecimento das preferências alimentares pode auxiliar na promoção de melhorias na qualidade nutricional da dieta de crianças. O objetivo do presente trabalho foi avaliar a aceitação (escala hedônica e consumo alimentar) de alimentos regionais por pré-escolares de 3 a 7 anos, e a correlação da resposta da escala hedônica e o percentual de resto (quantidade de alimento não consumida). Trata-se de parte dos dados da pesquisa “Nutrir-SE na escola”, estudo de intervenção que avaliará o efeito de um programa de educação nutricional em creches. Participaram 240 crianças de 2 creches filantrópicas do município de Aracaju, região Nordeste, Brasil. Foram avaliados a oferta de quatro alimentos regionais (laranja, mandioca, abóbora e couve manteiga). Após familiarização das crianças com o método, aplicouse individualmente a escala hedônica facial de 5 pontos bifurcada, para verificar o grau de aceitação dos alimentos regionais. Os alimentos foram apresentados individualmente às crianças, na forma in natura e na sua preparação mais comum. O consumo alimentar dos alimentos foi avaliado por meio da pesagem direta e da observação durante as refeições, sendo registrado o resto de cada criança. Os valores médios da escala hedônica indicaram melhor aceitação da laranja e da mandioca (4,23 ±0,83 e 3,56±1,12, respectivamente), entretanto, a couve e abóbora tiveram menor aceitação (2,77 ±1,17 e 2,92±1,28, respectivamente). A nota da escala hedônica apresentou correlação regular com a quantidade não ingerida (resto) da abóbora, e correlação fraca com o resto da laranja, couve, mandioca. Conclui-se que ambos os métodos indicaram menor aceitação do vegetal folhoso (couve) e legume (abóbora) e maior aceitação da fruta (laranja) pelos pré-escolares. É provável que a baixa oferta destes alimentos regionais nas creches e no domicílio seja um dos determinantes destes achados.Faz-se necessário encorajar o consumo destes alimentos regionais nesta população. Apoio: CNPq, MDS-SESAN.