Póster

O estado nutricional interfere diretamente na redução da morbimortalidade do paciente crítico, reduzindo o tempo de permanência na UTI e minimizando custos. O presente trabalho teve como objetivo avaliar a adequação do aporte nutricional energético de pacientes em Terapia Nutricional Enteral (TNE) internados numa Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Este estudo foi do tipo coorte retrospectivo, sendo os dados obtidos através do cadastro de pacientes atendidos pela Equipe Multidisciplinar de Terapia Nutricional. As informações foram referentes aos pacientes internados entre agosto de 2013 e outubro de 2014, utilizando exclusivamente TNE. Foram obtidos dos formulários: diagnóstico; dados clínicos, laboratoriais e antropométricos; dia do início da TNE; dia em que atingiu o aporte energético, motivos para o atraso na evolução da TNE e desfecho clínico (óbito ou alta da UTI). Foram calculados os déficits energéticos cumulativos e realizada a comparação com o desfecho da internação. Os dados foram analisados no programa SPSS versão 18.0 através da estatística descritiva e foram considerados significativos os valores de p menores que 0,05. Foram obtidos 74 pacientes com a idade média de 63 anos (DP±15,7), sendo 61% homens e 39% mulheres. O diagnóstico principal mais recorrente foi doença oncológica. O principal desfecho ocorrido foi o óbito (61%). O Tempo médio para se atingir as necessidades energéticas foi de 5,3 dias (DP±3,1) e a mediana do déficit calórico total foi de 3.735 Kcal. As intercorrências que mais interferiram na progressão da TNE foram inerentes ao quadro clínico do paciente (85,7%). Concluímos que a TNE instituída na referida UTI atendeu as recomendações preconizadas para a adequação energética. A média do déficit calórico diário foi abaixo do relatado pela literatura. Os principais fatores que dificultaram a adequação nutricional foram os relacionados as causas internas. A adequação energética não influenciou nos parâmetros bioquímicos, nem no desfecho da internação dos pacientes.