1 Faculdade de Nutrição - Universidade Federal de Goiás (FANUT/UFG), Brasil; 2 Programa de Pós-Graduação Mestrado em Nutrição e Saúde (FANUT/UFG), Brasil; 3 Programa de Mastologia do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (PM/HC/UFG), Brasil.
O objetivo deste trabalho foi caracterizar o perfil de saúde e nutrição de mulheres com câncer de mama. Estudo descritivo que avaliou mulheres com câncer de mama em um hospital público federal do centro-oeste Brazileiro. Realizou-se: caracterização sociodemográfica, perfil de saúde, estado nutricional por antropometria, composição corporal por absortometria radiológica de dupla energia (DEXA), marcadores do consumo alimentar de risco e proteção à saúde, utilizando-se formulário do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN). Identificou-se 41 mulheres atendidas entre setembro/2014 e março/2015. Verificou-se média de idade de 54,49±11,97 anos; 7,28±4,61 anos de estudo; 61,0% residindo com companheiro; 63,4% declaram-se pardas/negras; com renda per capita média de 0,85±0,51 salários mínimos. Observou-se que 22,5% apresentaram histórico familiar de câncer de mama; média de idade da menarca de 13,2±2,0 anos; 14,6% engravidaram, com média de 2,73±2,02 filhos; 19,5%, 56,1% e 85,4% nunca amamentaram, usaram anticoncepcional e terapia de reposição hormonal, respectivamente. Ao avaliar o estado nutricional por antropometria identificou- se apenas 18,0% de mulheres eutróficas; 46,1% com sobrepeso e 35,9% com algum grau de obesidade. Ao analisar a composição corporal por DEXA verificou-se médias de percentual de gordura total e massa magra na amostra, respectivamente de 46,5±4,9% e 51,7±4,7%; e médias de gordura localizadas nas regiões androide (51,9±5,0Kg) e ginóide (52,4±4,3Kg), obtendo-se razão média de 1,0±0,1. Dentre os alimentos de risco consumidos diariamente destacam-se 15,4% (biscoitos salgados e refrigerante, cada); 10,3% (doces); 1-3x/semana (frituras: 30,8%); 1-4x/semana (embutidos: 46,2%); e, àqueles considerados de proteção, diariamente, 69,2% (feijão); 61,5% (salada crua); 56,4% (leite/derivados); 41,0% (frutas) e 20,5% (vegetais cozidos). Concluiu-se que as mulheres com câncer de mama avaliadas apresentaram fatores de risco importantes para a doença, com ênfase no excesso de peso e gordura corporal, apesar da presença de alguns fatores de proteção, confirmando a necessidade de acompanhamento nutricional individualizado com vistas a melhorar o prognóstico.