1 Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), Rio de Janeiro, Brasil; 2 Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Rio de Janeiro, Brasil; 3 Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, Brasil; 4 Instituto Nacional de Câncer, Coordenação de Prevenção e Vigilância, Rio de Janeiro, Brasil; 5 Instituto de Nutrição Annes Dias, SMS, Rio de Janeiro, Brasil.
Introdução: O procedimento considerado de referência para diagnóstico da anemia tem sido punção venosa com dosagem de cianometahemoglobina por espectrofotometria (método de referência), contudo é invasivo e exige análise em laboratório. Já o método por Azida-metahemoglobina em hemoglobinômetro portátil (método teste) requer pequena quantidade de sangue capilar, é menos invasivo e fornece resultado imediato. Entretanto, apresenta menor precisão na estimativa de concentração de hemoglobina (Hb), sendo ainda escassos estudos que sustentam sua utilização em crianças. Objetivos: Estimar a validade do método diagnóstico de anemia por Azida-metahemoglobina em hemoglobinômetro portátil em pré-escolares. Metodología: Foram estudadas crianças de seis e 59 meses de idade assistidas na rede pública de saúde do município do Rio de Janeiro. Amostras de sangue venoso foram obtidas em jejum sob condições padronizadas para dosagem de Hb. Foi também realizada punção capilar com preenchimento de microcuveta e leitura imediata em hemoglobinômetro portátil. As prevalências obtidas pelos dois métodos foram comparadas e o significado estatístico das diferenças foi examinado utilizando-se o Teste Quiquadrado de McNemar, com nível de significância de 0,05. Foram também estimados o índice de acurácia, a sensibilidade e a especificidade do método teste, adotando-se 110g/L de Hb como ponto de corte para anemia. Resultados: Participaram do estudo 359 crianças. As prevalências de anemia observadas foram de 16,2% no (método referência) e 17,9% (método teste) (p>0,05). As médias de Hb observadas foram de 12,04±1,11(método referência) e 11,87±0,97 (método teste) (p<0,05). O Índice de acurácia, a sensibilidade e a especificidade do método teste foram de 84,1%, 56,2% e 84,5%, respectivamente. Conclusão: O método teste apresentou sensibilidade baixa e índice de acurácia e especificidade bons. Parece ser adequado para estimar a prevalência da anemia neste grupo etário, mas apresenta limitações para a realização de diagnóstico individual de análise de associação entre anemia e outras variáveis.