1 Faculdade de Saúde Pública - USP, Sao Paulo, Brazil; 2 Faculdade de Enfermagem - USP, Sao Paulo, Brazil.
Introdução: Conhecer o hábito alimentar do idoso é fundamental para planejamento de políticas públicas. Objetivo:Identificar padrões alimentares de idosos segundo sexo, idade e escolaridade. Método: A população de estudo foi composta por 1304 indivíduos pertencentes ao Estudo de coorte SABE (Saúde, Bem-estar e Envelhecimento), realizado no município de São Paulo, em 2010. Foram consideradas 3 coortes: A, compreendeu indivíduos (n=738) com ano de nascimento entre 1906-40; B (n=239) entre 1941-47; e, C (n= 327) de 1948-52. A escolaridade foi categorizada em anos de estudo: 0, 1-8 anos e >8 anos. Os dados de alimentação foram obtidos por meio de questionário de frequência alimentar com 107 alimentos, categorizados em 18 grupos alimentares. A identificação dos padrões alimentares foi realizada por meio da análise de componentes principais. O número de componentes foi escolhido com base no critério de Guttman-Kaiser, e posteriormente pelo gráfico de Cattel. Realizouse rotação ortogonal (Varimax). Autovalores ≥0,3 foram considerados como pertencentes ao componente. Para comparação das médias dos scores de cada componente com as variáveis realizou-se análise de variância (ANOVA), com significância p<0,05. O software STATA 13.1 foi utilizado para os cálculos. Resultados:Foram identificados 3 padrões alimentares, com explicação de 31% da variabilidade. O padrão 1 foi composto por laticínios desnatados (0,49), cereais integrais (0,42), verduras e legumes (0,40), frutas (0,39) e alimentos light (0,32); o padrão 2 por frituras (0,42), embutidos (0,41), enlatados (0,38), doces (0,37), tubérculos (0,36) e ovos (0,32); e o padrão 3 por óleos vegetais (0,52), cereais refinados (0,51), carnes (0,44) e leguminosas (0,36). O padrão 1 esteve associado ao sexo feminino e à maior escolaridade. O padrão 2 esteve associado à coorte B e à > 8 anos de estudo, já o padrão 3 ao sexo masculino e a menor escolaridade. Conclusão:Há diferenças nos padrões alimentares de acordo com sexo, idade e escolaridade.